segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Três pastores se suicidaram nos últimos 30 dias


(Nota do blog: Não se trata de uma notícia nova - ela é de dezembro de 2013 -, mas é relevante meditar nela, pois, infelizmente se trata de um fato que tem se tornado cada vez mais comum).


O que leva uma pessoa a cometer suicídio? Segundo psicólogos, pensamentos são algo bastante comum. O Centro para Controle e Prevenção de Doenças Mentais dos EUA, afirmam que 3,7% por cento da população acima dos 18 anos, pensou seriamente em suicídio no ano passado.
Embora alguns suicídios sejam resultado de um impulso, a maioria é planejada. Ainda segundo dados do Centro, metade das pessoas que fizeram um plano o levaram adiante.
Nos últimos 30 dias, três suicídios de pastores conhecidos chocou a igreja dos Estados Unidos. Em 10 de novembro, Teddy Parker Jr., 42, pastor da Igreja Batista Bibb Mount Zion, na Geórgia se matou com um tiro na cabeça.
Sua esposa o encontrou caído na entrada da garagem de sua casa num domingo. Ele já havia pregado naquela manhã e a teria de pregar novamente naquele dia. Nenhum bilhete ou explicação foi deixado.
Na semana passada, o pastor Ed Montgomery, que estava de luto pela perda da esposa atirou em si mesmo na frente de sua mãe e filho. Ele e sua falecida esposa, a profetisa Jackie Montgomery, lideravam a igreja Assembleia Internacional do Evangelho Pleno, no Estado de Illinois.
Dia 10 de dezembro, suicidou-se Isaac Hunter, o ex-pastor da igreja Summit em Orlando, Florida. Até o momento, não foi divulgado como ele se matou. O caso chamou atenção da mídia secular porque o pai de Isaac, o pastor Joel Hunter tem sido chamado de “mentor espiritual” do presidente Barack Obama, com quem tem se encontrado com frequência para orações na Casa Branca.
Existem muitas estatísticas sobre como os pastores enfrentam problemas como depressão, esgotamento físico e mental. Nenhuma delas é animadora. Segundo o Instituto Schaeffer, 70% dos pastores lutam constantemente com a depressão, e 71% estão “esgotados”. Além disso, 72% dos pastores dizem que só estudam a Bíblia quando precisam preparar sermões, 80% acredita que o ministério pastoral afeta negativamente as suas famílias, e 70% dizem não ter um “amigo próximo”.
O Instituto Schaeffer também estima que 80% dos estudantes de seminário (incluindo os recém-formados) irão abandonar o ministério dentro de cinco anos. Não há dados consistentes sobre quantos cometem suicídio, mas está claro que os pastores não estão imunes a isso.
Psicólogos apontam várias razões pelas quais as pessoas cometem suicídio, de depressão a psicose, quase sempre em meio às situações estressantes da vida.  A colunista da revista Charisma, Jennifer LeClaire, que escreveu vários livros sobre batalha espiritual, comentou o caso dos três pastores.
Ela conclama as igrejas a orarem mais por seus líderes e, ao mesmo tempo que se mantém alertas sobre sintomas de depressão nos pastores, os membros deveriam estar cientes que o diabo tem preparado muitos ataques às igrejas nesse período em que os sinais da vinda de Jesus parecem estar se intensificando.Com informações Charisma News.

Fonte: http://noticias.gospelprime.com.br/pastores-suicidios-igreja-americana/

sexta-feira, 4 de abril de 2014

O farisaísmo que persiste





Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas. Guias de cegos! Vocês coam um mosquito e engolem um camelo.
Mateus 23.23


Os fariseus desempenharam um papel importante na história. Eles contribuíram bastante na preservação dos costumes judaicos e no enfrentamento do império romano na Palestina. Porém, como toda instituição, o farisaísmo teve que lidar com inúmeras dificuldades. Entre os vários problemas que o farisaísmo enfrentou nos dias de Cristo, está a noção do porquê existiam. Encantados pelos detalhes, eles já não discerniam o quadro grande. O farisaísmo se perdeu no momento em que parou de questionar: Aonde queremos chegar com nossas práticas religiosas? Qual o sentido de nosso enorme zelo? Caso tivesse a coragem de fazer apenas essas duas perguntinhas, talvez não sobrasse como sinônimo de hipocrisia, frieza, demagogia.

O mesmo mal continua a rondar os religiosos. Muitas vezes, obcecados pelos detalhes, perdemos o todo de vista. Um dos engasgos da prática religiosa é a especialização nos pequenos detalhes. Quando pormenores demandam tempo excessivo e a máquina burocrática devora recursos  - tempo, dinheiro – começa o desvio de rota. Perde-se, a instituição que não consegue justificar sua existência. Sem noção para onde ir, as cerimônias se transformam em cerimonialismo, as leis em legalismo e as tradições em tradicionalismo. Ambiente religioso que discute lei, estatuto, norma interna, não só asfixia como desumaniza. Em ambientes assim, os meios se tornam bem mais importantes que os fins.

O único justificável para qualquer instituição religiosa deve conduzir à regra de ouro – Trate o próximo com a mesma dignidade que você gostaria de ser tratado. Nada pode consumir mais recurso. Organizações religiosas com sua máquina gerencial não podem fracassar na primeira lição: Impossível amar a Deus sem amar ao próximo. Na verdadeira espiritualidade, intimidade com Deus e compaixão humana se confundem.

Para que igrejas se tornem fonte d’água para os sedentos de Deus, a mensagem deve ser, antes de tudo, repleta de bons afetos. Para doarem pão para os famintos de sentido, seus pés devem ser fincados na realidade. Se pretendem curar os culpados, não podem deixar de enfatizar a graça - Deus faz a chuva cair, universalmente, tanto sobre bons como maus. Se procuram aparecer como acolhimento para os que se sentem órfãos, o portal de entrada dos templos deve mostrar o aviso: Aqui ninguém será discriminado por nacionalidade, gênero, condição social, orientação sexual ou cor da pele. 

Igreja que ousa se oferecer em amor, terá como missão o serviço e não a catequese.
Os fariseus desceram ao ridículo de criar normas para praticamente tudo: Caminhar mais que um determinado número de passos viola o sábado. Dar o dízimo do dinheiro, sem esquecer de separar para Deus o sal que tempera a comida. Os homens ficam imundos se apertam a mão de qualquer mulher menstruada. A discussão sobre a falta – ou não – de uma virgula no texto consumia dias inteiros. No exercício imbecil de especializar-se em detalhes, o farisaísmo criou monstros. Sacerdotes conspiraram, delataram e assassinaram; exatos na interpretação literal dos textos, mas inclementes.
Jesus, ao contrário, nunca pretendeu ser um novo codificador do judaísmo. Ele não se importou em preservar a fé nacional ao elogiar um centurião romano: Nunca vi em Israel alguém com fé semelhante a deste homem. O pedido de socorro de uma mulher estrangeira, siro-fenícia, o comoveu até as entranhas. Assim, logo após ensinar os discípulos que a missão deles se restringiria aos judeus, voltou atrás.  O estrito cumprimento da lei não representou empecilho e uma mulher prestes a morrer apedrejada foi perdoada.

O demônio que ronda os espaços religiosos se especializou em desvios de rotas. Ele se preocupa em fazer com que tolices sejam ampliadas e o mais importante, esquecido. Por isso se diz: o diabo mora nos detalhes.
Soli Deo Gloria

Autor: Ricardo Gondim

Fonte: http://www.ricardogondim.com.br/meditacoes/persisteo-farisaismo/